A prisão do empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. O afastamento do presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. Abriram uma fissura política pouco comum no Distrito Federal. A direita e a esquerda passaram a mirar simultaneamente o governador Ibaneis Rocha (MDB).
As duas alas raramente convergem em pautas locais. Mas, desta vez, encontraram na crise financeira e institucional do Master um ponto de impacto direto sobre a credibilidade do governo. Para aliados e opositores, a relação entre o BRB e o grupo empresarial de Vorcaro cria um ambiente de instabilidade que exige explicações imediatas.
Vídeos de parlamentares circulam nas redes sociais desde o início da operação da Polícia Federal, com cobranças mais duras do que o habitual.
O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) afirma que o governo precisa esclarecer “as conexões políticas que permitiram tamanho alcance do Master dentro da estrutura do Distrito Federal”.
Do lado conservador, o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF) disse nas redes sociais que o escândalo envolvendo o BRB é “uma vergonha.” Ele afirmou ter alertado previamente que a compra do Master pelo banco brasiliense seria “uma fraude”, ampliando a pressão sobre Ibaneis.
No Palácio do Buriti, a avaliação é de que a pressão não deve cessar tão cedo. A crise atingiu duas instituições financeiras relevantes para o cenário econômico do DF e expôs uma disputa narrativa que ultrapassa o campo ideológico. Agora, a guerra política gira em torno de responsabilidade, controle e dos limites da influência empresarial dentro de estruturas públicas.
Enquanto o governo tenta administrar os danos. Direita e esquerda enxergam, no episódio, uma oportunidade rara. Desgastar a figura política mais poderosa do Distrito Federal.
